"Porque toda a gente tem uma história para contar..."
- 21.04, segunda-feira: História de um figo, António José Rodrigues
- 22.04, terça-feira: Pequenos gestos, Rui Tinoco
- 23.04, quarta-feira (Dia Mundial do Livro): Memória da casa de um livro só, Aloísio Maia Nogueira
- 24.04, quinta-feira: Da anormalidade dos seres, Raquel Silva
- 25.04, sexta-feira: 1974, Paulo Melo Veiga
"Porque toda a gente tem uma história para contar..."
A História Devida juntou-se a um projecto gémeo que, curiosamente, se chama Histórias Gémeas. Da autoria de Edurne e Clara Rubio, «Historias Gemelas» é uma viagem em busca de histórias que se repetem em maior ou menor grau. Partindo de duas histórias "originais", fornecidas pelas autoras, a ideia é procurar histórias que se relacionam tematicamente com elas. Ouça essas histórias n'A História Devida a 15 e 16 de Abril e veja se alguma delas lhe recorda um episódio da sua vida. Se assim for, pode colaborar neste projecto.
Numa primeira fase, e integrado no ciclo «Documente-se», da Fundação de Serralves, poderá ser visto, no dia 17 de Abril, no Auditório da Faculdade de Sociologia do Porto, o primeiro momento do documentário «Historias Gemelas». Depois, entre 18 e 20 de Abril, Edurne e Clara Rubio vão estar na Sala Multiusos de Serralves, a recolher histórias gémeas das que contámos n'A História Devida a 15 e 16 de Abril. Finalmente, a 20 de Maio, será exibido no Auditório de Serralves o resultado dessa recolha, a versão final do documentário «Historias Gemelas».
Pode conhecer mais sobre este projecto em www.historiasgemelas.org ou ouvir a participação de Clara e Edurne Rubio num programa de rádio em www.historiasgemelas.org/site/article.php3?id_article=8
Aqui ficam algumas imagens da Adega do Lélito que nos foram enviadas por Isabel Magalhães, autora da história «A Adega do Lélito, em Ferreira do Alentejo».
Este ano passámos um fim de semana em Ferreira do Alentejo.
Resolvemos aceitar o convite do Fernando e da Guida para nos juntarmos, na Casa Verde e, por isso, viemos de Coimbra e de Aveiro até ao Alentejo, o que é sempre um prazer enorme.
Em Ferreira do Alentejo, há sempre motivos de distracção e de convívio e um deles, sem dúvida, é ir à Adega do Lélito beber um “branqueal”, termo que designa um pequeno copo de vinho branco.
Geralmente bebem-se vários “branqueais” dependendo do número de pessoas que lá se encontram, pois a tradição manda que cada um pague uma rodada.
O mais vulgar é bebermos entre cinco a sete rodadas, encostados ou sentados à volta do balcão, acompanhadas da “bóia” que cada um leva, que pode ser um bocado de chouriço, que se vai cortando em fatias finas ou ser o toucinho com sabor a presunto, “pois esse, o presunto, nunca o provaram”.
O Sr. Lélito vai enchendo os copos e pondo fatias de pão alentejano em cima do balcão e a conversa decorre animada com histórias e piadas finas a pretexto de tudo e de todos.
O Sr Brigadeiro, motorista e o Sr. Sabino, pequeno comerciante, ambos reformados, são os frequentadores diários que sempre lá encontramos e quando começo a beber o primeiro copo de vinho branco, a rirem-se, mandam-me um aviso certeiro “Cuidado com o pial” (que é o poial da porta), pois no dia anterior tinha tropeçado no primeiro degrau, quando ia a subir as escadas para a rua.
Requereu, por escrito, à Câmara Municipal autorização para deitar abaixo a adega e construir uma habitação com 1º andar.
A Câmara Municipal analisou o pedido e verificou que o edifício tinha valor cultural para a terra, pois tratava-se duma adega com taberna, típica e genuína, das poucas que ainda existiam em Ferreira do Alentejo e indeferiu-lhe o pedido.
Com efeito, o edifício da adega é uma construção enorme, com a cobertura em telha vã a cerca de cinco metros do chão. Na rua existe um placa em azulejos toscos feitos pela filha, com o nome da “Adega do Lélito”. Ao entrar, descem-se cinco degraus para um espaço amplo onde fica o balcão e algumas mesas com cadeiras. Ao fundo do balcão, encontram-se enormes talhas, em barro, onde era feito o vinho que o Sr Lélito vendia, mas que agora só são mantidas para preservar a memória daqueles tempos.
O Sr. Lélito, nestes últimos quinze anos, vendeu muito vinho e, à beira de completar os 85 anos, no S.João, vai falando dos projectos que tem e das melhorias que tem realizado, enquando mostra toda a casa.
A adega do Lélito é, sem dúvida, um dos locais interessantes de Ferreira do Alentejo, e devia ser considerada património vivo, edificado e cultural, a preservar.
A Adega do Lélito devia constar dos roteiros turísticos e como local de visita obrigatória a quem vem a Ferreira do Alentejo, pois é também um local de convívio genuíno.
- 14.04, segunda-feira: A Adega do Lélito, Isabel Magalhães
- 15.04, terça-feira: A maquete, Clara e Edurne Rubio
- 16.04, quarta-feira: O Tunel de la Engaña, Clara e Edurne Rubio
- 17.04, quinta-feira: Uff... Que alívio!, Laurinda Brandão
- 18.04, sexta-feira: Uma piscina, um mar, Rui Santos
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